Ação do MPTO resulta em decisão que determina a regularização de medicamentos de alto custo no Tocantins
A atuação do Ministério Público do Tocantins (MPTO) garantiu decisão importante para os pacientes vinculados ao Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF). Nessa terça-feira, 18, o Tribunal de Justiça do Tocantins determinou ao estado do Tocantins a adoção de medidas urgentes para regularizar o fornecimento de medicamentos de alto custo.
A determinação, expedida pela Vara de Execuções Fiscais e Saúde de Palmas, é fruto do cumprimento de sentença da ação civil coletiva movida pelo MPTO e Defensoria Pública do Tocantins que busca assegurar a continuidade do tratamento de milhares de pacientes em todo o estado.
Na manifestação apresentada no processo, o Ministério Público expôs que diversos medicamentos permaneciam com estoque zerado, sem previsão concreta de reposição, mesmo após trânsito em julgado da sentença que obriga o estado a garantir regularidade no abastecimento. O órgão classificou o quadro como “alarmante” e destacou o impacto direto na saúde e na vida dos pacientes que dependem dos fármacos para tratamentos contínuos.
A análise do MPTO também evidenciou a morosidade administrativa da Secretaria de Estado da Saúde, que alegou dificuldades em licitações, falta de empenho financeiro e fracasso em certames como justificativas para a ausência de fornecimento. Para o Ministério Público, tais obstáculos não podem servir como justificativa para o descumprimento de uma decisão judicial já definitiva.
A promotora de Justiça Araína Cesárea enfatizou que o abastecimento regular de medicamentos essenciais é uma obrigação constitucional do estado e um requisito fundamental para a preservação da vida e da dignidade humana. Segundo ela, a decisão judicial reforça a importância da atuação do Ministério Público na defesa do direito à saúde e na exigência de que o estado implemente medidas efetivas, transparentes e contínuas na gestão da assistência farmacêutica. “Essa determinação fortalece nosso compromisso institucional de garantir que a população tenha acesso aos medicamentos de que necessita, assegurando um serviço público mais eficiente e responsável”, afirmou.
Decisão judicial
Com base nas irregularidades identificadas pelo MPTO, a Justiça determinou que o estado e o secretário estadual da Saúde comprovem, no prazo de 30 dias, o cumprimento de uma série de medidas administrativas e financeiras. Entre essas providências, estão: o empenho e a liquidação imediata das despesas relativas a medicamentos pendentes de recurso; a realização dos repasses financeiros ao Consórcio Brasil Central para aquisição de fármacos sob gestão compartilhada; a comprovação da data efetiva de entrega dos medicamentos à Assistência Farmacêutica Estadual; e a abertura de processos emergenciais de compra para itens cujas licitações fracassaram.
Na decisão, o juiz de Direito Roniclay Alves de Morais advertiu que o descumprimento poderá resultar em multa e bloqueio de recursos.
Texto: Lidiane Moreira/Dicom MPTO
Notícias Relacionadas
Encontro do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos está com as inscrições abertas
Encontro do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos está com as inscrições abertas
Legislação
MPTO participa de reunião online do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos
MPE sedia III Encontro Estadual do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos
Comissão Temática 2: de Impactos à Saúde, ao Meio ambiente e de Alternativas Sustentáveis (agroecologia e produção orgânica)