Audiência discute estruturação do Centro de Tratamento de Queimados em Palmas
Para assegurar a criação de um serviço especializado e ampliar a rede de atenção às vítimas de queimaduras, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) promoveu, nessa terça-feira, 11, uma audiência com a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) para discutir a estruturação do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) no Hospital Geral de Palmas (HGP).
A reunião foi conduzida pelo promotor de Justiça Thiago Ribeiro Franco Vilela, da 19ª Promotoria de Justiça da Capital, e contou com a presença do secretário estadual da Saúde, Vânio Rodrigues de Souza, do diretor-geral do HGP, Iatagan de Araújo Barbosa, e de técnicos da pasta.
Durante o encontro, o MPTO cobrou a efetiva implantação do centro, conforme previsto na Portaria GM/MS nº 3/2017, e ouviu as atualizações do projeto por parte da SES-TO. O Secretário da Saúde informou que o HGP conta atualmente com seis leitos habilitados para atendimento a pacientes queimados, número menor que os 12 previstos inicialmente. A proposta do Estado é manter os seis leitos e aproveitar o espaço remanescente para abertura de nove leitos de UTI, com recursos já disponíveis.
A superintendente de Gestão Administrativa da SES-TO, Lais Regina Santos, apresentou o projeto arquitetônico da unidade, que contempla modernização dos equipamentos, integração dos serviços, com foco na prevenção de infecções cruzadas e adaptação dos banheiros para permitir o acesso com maca, garantindo maior acessibilidade e conforto durante os cuidados de enfermagem.
Ainda conforme Lais Regina, o projeto tem possibilidade de expansão para novos leitos. Também é prevista uma nova unidade de produção de energia para o HGP. “O projeto já está pré-aprovado, e a nossa previsão é executar com recursos próprios da secretaria”, disse.
Centro de referência no Estado
Atualmente, a cirurgia plástica é a segunda especialidade que mais realiza procedimentos no HGP, sendo cerca de 75% dos casos relacionados a queimaduras.
O MPTO acompanha o tema há anos, com foco na implantação de uma estrutura completa e integrada para o tratamento de queimados, que inclua câmara hiperbárica, balneoterapia, sala de curativo, fisioterapia e leitos de UTI específicos.
O promotor de Justiça Thiago Ribeiro destacou que, embora a proposta represente um avanço, é fundamental garantir que o Tocantins disponha de um centro de referência devidamente habilitado, condição necessária para o repasse de recursos federais e para a consolidação do serviço.
“A intenção é avançar para uma habilitação de, no mínimo, um centro intermediário, que cumpra os requisitos mínimos definidos pelo Ministério da Saúde. Sem essa habilitação, o estado perde recursos, e a população permanece desassistida”, reforçou.
Histórico e desafios do serviço
O diretor-geral do HGP, Iatagan de Araújo Barbosa, lembrou que o hospital está habilitado para o tratamento de queimados desde 2008. O projeto atual visa unificar e integrar os leitos clínicos e de UTI destinados a esse tipo de atendimento.
O médico Pedro Nader, que atua na ala de queimados, apresentou um breve histórico da iniciativa. Segundo ele, o projeto foi adiado diversas vezes devido a outras prioridades do hospital, mas levantamentos técnicos apontam o aumento constante da demanda por atendimento a queimados.
Ele ressaltou ainda a necessidade de atualização dos métodos terapêuticos e a dificuldade de deslocamento de pacientes para outros estados, defendendo a implantação de uma unidade isolada que permita melhor tratamento e redução de custos operacionais.
Texto: Lidiane Moreira/Dicom MPTO
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