Em Palmas e Porto Nacional, MPTO identifica irregularidades em instituições de acolhimento para idosos
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) identificou indícios de irregularidades em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) localizadas em Palmas e em Porto Nacional. Eles foram identificados durante inspeções realizadas, nas últimas semanas, em conjunto com diversos órgãos, a exemplo da Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social, dos Conselhos Estadual e Municipal da Pessoa Idosa e do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins.
As medidas propostas pelo MPTO têm o objetivo de fazer com que as entidades privadas regularizem o funcionamento e cumpram as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, buscam assegurar o atendimento integral à saúde, à segurança e ao bem-estar das pessoas idosas acolhidas.
Capital
Em Palmas, a 15ª Promotoria de Justiça da Capital (15ª PJC) ajuizou cinco ações civis públicas (ACP) para assegurar condições adequadas, seguras e dignas aos residentes das unidades de acolhimento. Os relatórios do MPTO apontaram: falta de licenciamento sanitário; instalações precárias; ausências de pessoal qualificado, acompanhamento médico e práticas terapêuticas; alimentação inadequada; e descumprimento de termos de ajustamento de conduta (TACs) firmados anteriormente com o Ministério Público. Ainda de acordo com as apurações, as ILPIs fiscalizadas apresentam padrões semelhantes de irregularidades.
Entre outros problemas, estão o funcionamento sem licenças obrigatórias, a inexistência de plano individual de cuidados aos idosos e a presença de pessoas com menos de 60 anos em locais destinados exclusivamente a idosos. Em algumas instituições, foram registradas denúncias de negligência, má alimentação e risco à integridade física de residentes. As famílias chegam a pagar mais de 5 mil reais de mensalidade, além de outras taxas, pelos serviços.
Para o titular da 15ª PJC, promotor de Justiça Paulo Alexandre Rodrigues de Siqueira, é preciso garantir atendimento adequado à pessoa idosa, especialmente numa fase de extrema dependência. “As pessoas idosas acolhidas devem ter garantido o direito a um ambiente seguro e digno. O MPTO atua para corrigir falhas estruturais e assegurar que cada idosa e cada idoso recebam o cuidado e o respeito previstos em lei”, afirmou. As ações também solicitam que haja pagamentos de indenizações coletivas, e que o município de Palmas implante uma ILPI pública municipal com capacidade mínima de atendimento a 300 idosos.
Porto
Em Porto Nacional, a 6ª Promotoria de Justiça (6ª PJPN) conseguiu tutela de urgência para interdição de uma instituição localizada na cidade. Segundo o promotor de Justiça Rui Gomes Pereira da Silva Neto, a atuação do MPTO busca assegurar o respeito à dignidade da pessoa idosa, a correção de falhas graves e a responsabilização das entidades que descumprirem as normas legais. “Nossa atividade em conjunto com a rede de proteção busca a garantia dos direitos das pessoas idosas. Na Justiça, conseguimos a interdição parcial do local, além da necessidade do cumprimento de várias obrigações em prol do bem-estar de idosas e idosos”, explicou. Pela sensibilidade dos casos, os procedimentos tramitam em segredo de justiça.
Novas denúncias
Na capital, o MPTO também acompanha a situação de pessoas idosas acolhidas em um residencial localizado em Taquaruçu, na região sul de Palmas. A instituição foi recentemente denunciada e tem funcionamento considerado irregular. Por essa razão, o Ministério Público solicitou atuação urgente de toda a rede de proteção no local para ajuizamento de ação.
Em caso de denúncias, a sociedade pode procurar as unidades do Ministério Público distribuídas por todas as regiões do Tocantins. O atendimento presencial regular é realizado em dias úteis, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h. Também é possível entrar em contato por meio do aplicativo MPTO Cidadão ou do telefone da Ouvidoria, pelo 127. Outra forma de realizar denúncias é pelo WhatsApp, no número (63) 991002720. Mais informações em https://www.mpto.mp.br/ouvidoria/.
Texto: Redação — Dicom/MPTO
Notícias Relacionadas

MPTO recomenda que Unitins inclua reserva para quilombolas em Vestibular Unificado

Possíveis irregularidades em aplicação de Lei de Cotas Raciais em concurso da Assembleia Legislativa do Tocantins são investigadas pelo MPTO

Projeto Paternidade Ativa, do MPTO, tem sua primeira edição em escola de Palmas

Tocantins tem recorde de destinações do IR a fundos da infância e do idoso, com apoio de mobilização do MPTO

Criação de fluxo para desaparecidos avança em reunião, no MPTO; grupo propõe pela criação de delegacia exclusiva em desaparecidos

Ministério Público participa da 1ª Conferência Regional dos Direitos Humanos em Palmas