Durante evento arqueológico, MPTO propõe formação de Grupo Interinstitucional voltado à preservação cultural do Tocantins
Com 80 participantes, o encontro Pinturas Rupestres e Arqueologia no Tocantins, promovido pelo Ministério Público do Tocantins, na última terça-feira, 25, focou na importância do trabalho integrado entre instituições e sociedade para a preservação, a conservação e a valorização do patrimônio arqueológico tocantinense. Na oportunidade, o coordenador do Centro de Apoio Operacional do Patrimônio Público (Caopp) do Ministério Público (MPTO), promotor Vinícius de Oliveira e Silva, propôs a formação de grupo de trabalho voltado ao fomento da cultura estadual.
Na sede do MPTO, em Palmas, o encontro contou com a palestra “Arqueologia no Tocantins: retrospectiva”, apresentada pelo servidor do Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o arqueólogo Rômulo Macedo Barreto de Negreiros. Profissionais de arqueologia, paleontologia, história, geologia, direito, biologia, museologia, educação, economia, turismo e comunicação participaram do evento. Confira as fotos em https://flic.kr/s/aHBqjC6RB4 e https://encurtador.com.br/umNPZ.
Riqueza cultural
Durante a exposição, o arqueólogo Rômulo Negreiros fez um resgate das pesquisas arqueológicas realizadas na região do Tocantins ao longo dos séculos; abordou a ocupação local desde os primórdios dos grupos sociais; e trouxe um panorama dos artefatos encontrados no estado. A diversidade das artes rupestres tocantinenses - pinturas, gravuras e cerâmicas - foram o destaque do encontro, com explicações sobre diferentes tipos, formatos, materiais e significados.
De acordo com os dados apresentados pelo palestrante, em mais de 30 anos, o número de locais onde há vestígios de registros históricos catalogados, no Tocantins, chegou a 2 mil. Apenas em Palmas, mais de 200 estão identificados em diferentes localidades. “Existem sítios arqueológicos na capital e nas cidades de Peixe e Lajeado, na Ilha dos Martírios e no vale do rio Tocantins, por exemplo. Mais recentemente, encontramos artes rupestres no Jalapão”, afirmou Rômulo Negreiros.
“Porém, podem haver sítios na região da bacia do rio Araguaia e em outras áreas do nosso estado, por exemplo. É preciso incentivo e apoio para as pesquisas. Infelizmente, há uma infinidade de materiais em risco de destruição pela ação do homem, em razão das queimadas, do desmatamento e das ocupações irregulares e do agronegócio, bem como da erosão causada pelo vento”, alertou o arqueólogo. “No momento de incertezas sobre o presente e o futuro, a gente se apega ao passado em busca de segurança com respeito às identidades. Ao apagar-se a arqueologia, apaga-se a história dos povos”, completou.
Presença da sociedade
Entre participantes de diferentes áreas, mais de dez fizeram perguntas ao palestrante e apresentaram impressões sobre o trabalho desenvolvido. O curador do Núcleo Tocantinense de Arqueologia da Universidade Estadual do Tocantins (Nuta/Unitins), professor Genilson Nolasco, elogiou o encontro. “Fiquei interessado na iniciativa do MPTO e do Iphan. Todos nós temos papel fundamental na preservação e na conservação dos bens culturais do Tocantins. Precisamos conservar e dar uso sustentável aos sítios arqueológicos”, reforçou.
Atuação do MPTO e do Iphan
O procurador-geral de Justiça, Abel Andrade, participou da abertura do encontro Pinturas Rupestres e Arqueologia no Tocantins. “Na condição de cidadão, e não apenas na de procurador-geral e de promotor de Justiça, é com muita alegria que o MPTO recebe este evento. É preciso conhecer, valorizar e fomentar a nossa cultura. O Ministério Público está à disposição para oferecer toda estrutura possível para a preservação da história do Tocantins”, declarou.
Quem prestigiou o encontro foi a superintendente do Iphan no Tocantins, Cejane Muniz, apontando a necessidade de diálogo constante. “É gratificante dar continuidade a um trabalho desenvolvido no campo da arqueologia e ver esse esforço sendo prestigiado por profissionais de diferentes áreas com apoio do Ministério Público”, afirmou.
Também parceiro da iniciativa, o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma/MPTO), promotor Saulo Vinhal da Costa, abordou a importância do trabalho conjunto. “Nós precisamos zelar e proteger nossos sítios arqueológicos, inclusive, com a proteção ambiental desse patrimônio cultural produzido pelos primeiros habitantes que construíram a história do nosso estado”, destacou.
Reforçando as palavras do procurador-geral de Justiça, o coordenador do Caopp/MPTO, promotor Vinícius Silva, encerrou o encontro, agradecendo a presença do público e a palestra do arqueólogo Rômulo Negreiros. “É preciso conhecer, preservar, valorizar e divulgar essa riqueza cultural. Cabe a todos nós colaborarmos de forma integrada para cuidar de nosso patrimônio. Com a criação do grupo de trabalho e a disponibilização de espaços museais, poderemos proteger nosso passado, o presente e o futuro”, enfatizou. As pessoas presentes informaram os contatos institucionais e receberão orientações sobre as próximas iniciativas.
Texto: Francisco Shimada - Ascom/MPTO
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