Indígenas da etnia Warao retornam à Venezuela, após assistência articulada pelo Ministério Público do Tocantins
Um grupo de venezuelanos, indígenas da etnia Warao, retornou à Venezuela na última sexta-feira, 19. Ao todo, 43 pessoas, incluindo 20 crianças, embarcaram no aeroporto de Palmas rumo ao país de origem. As famílias começaram a ser monitoradas depois de um trabalho iniciado pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO).
A ideia de criar um grupo para dar assistência aos indígenas foi do coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Infância, Juventude e Educação (Caopije), promotor de Justiça Sidney Fiori. Uma das preocupações centrais era discutir a situação educacional das crianças e adolescentes venezuelanas.
Além do MPTO, integram o comitê interinstitucional de articulação para discutir o assunto o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU), as secretarias da Educação do Estado e do Município de Palmas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
Além de promover ações no campo educacional, o comitê ainda tem a missão de articular políticas públicas de moradia, trabalho, renda, saúde e assistência social.
Os atendimentos aos estrangeiros foram feitos pela assistente social do Caopije, Laidylaura Pereira de Araújo. Durante um dos encontros, uma das famílias manifestou desejo de voltar à Venezuela, o que fez com que outras também indicassem a intenção de retornar. Os custos da viagem foram arcados pela prefeitura.
Cerca de 40 indígenas da etnia Warao, venezuelanos, ainda permanecem em Palmas e continuarão recebendo assistência do Município e do Estado.
“Foi um desfecho bem-sucedido, afinal, eles retornaram para seus locais de origem. Agora, vamos continuar monitorando a situação dos que ficaram e verificar que tipo de assistência ainda necessitam”, afirmou o promotor Sidney Fiori.
A situação dos migrantes é acompanhada pelo MPTO, por meio de um procedimento instaurado pelo Caopije em agosto de 2021. (João Pedrini)