Hospital Universitário terá o primeiro ambulatório de redesignação sexual de MS
Joelli Azevedo - 7 de Novembro de 2016
O primeiro ambulatório de redesignação sexual de Mato Grosso do Sul deve iniciar o atendimento até o fim do ano no Hospital Universitário (HU), em Campo Grande.
O serviço será referência nas áreas de hormonioterapia, psicologia e psiquiatria, além de mastectomia, e já tem aproximadamente 300 pessoas aguardando atendimento no Estado.
“Vamos ter todo o serviço de acompanhamento psicológico e psiquiátrico, além da hormonioterapia. O serviço de ginecologia vai acompanhar na área de estrogênio (hormônio relacionado com o desenvolvimento de características femininas) e o serviço de urologia na área de testosterona (hormônio relacionado com o desenvolvimento de características masculinas). Mas para a cirurgia genital devemos fazer o encaminhamento à unidade de referência, que provavelmente será em Goiânia (GO)”, explicou o médico responsável pelo ambulatório de ginecologia do HU, Ricardo dos Santos Gomes.
Para iniciar o atendimento dos pacientes, o hospital precisa ser habilitado pelo Ministério da Saúde, que subsidia todo o tratamento de homens e mulheres transexuais. A habilitação da unidade terá início nos próximos dias 9 e 10 de novembro, com o treinamento dos funcionários que vão atuar no setor que foi temporariamente nomeado de “ambulatório de transexualização”.
“Já temos toda a parte física, porque vamos atender na estrutura existente; porém, estamos estudando ser em horários diferentes, para dar privacidade aos pacientes.
Mas ainda precisamos da capacitação dos funcionários e da habilitação do HU para receber as verbas federais destinadas a esta área”, explica Gomes.
Para quem aguarda com ansiedade a redesignação sexual, o início do serviço no Estado é comemorado. A transexual Carla Lopes Catelan, 34 anos, que faz parte da diretoria da Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATMS), iniciou o processo de mudança no próprio corpo há seis anos, mas só agora poderá ter acompanhamento médico pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “É um novo protocolo de atendimento para pessoas transexuais. A princípio, será feito acompanhamento psicológico e, após dois anos de tratamento, a cirurgia pode ser liberada.
Batalhamos muito para ter o ambulatório em Campo Grande e é uma conquista.” Em todo o Brasil, são apenas quatro serviços de referência para a cirurgia, popularmente conhecida como “mudança de sexo”, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás. Porém, o ambulatório funciona ainda nos estados de Pernambuco e do Paraná. Em novembro de 2013, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação do atendimento a pessoas com transtorno de identidade de gênero e a realização da cirurgia de mudança de sexo na rede pública, que passou a ser realizada de forma gratuita pelo SUS. Antes, as cirurgias eram pagas por verbas de pesquisa.
A nova regra contemplou os transexuais masculinos com a retirada de mamas, útero e ovários, assim como o tratamento hormonal.
Esses procedimentos eram autorizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 2010, mas ainda não tinham a cobertura da rede pública de saúde.
A portaria do Ministério determinou também que o SUS pagasse pela redução do pomo de adão, cirurgia de retirada da vagina e construção de um pênis com implante de próteses peniana e testiculares e alongamento do clitóris.
Mudança de data
Em março do ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) garantiu que o ambulatório seria implantado até o fim de 2015, o que não aconteceu. E só é garantido para até o fim de 2016, em razão da intervenção do Conselho Municipal de Saúde e do apoio do HU.
Fonte: http://cremepe.org.br/2016/11/07/hu-tera-o-primeiro-ambulatorio-de-redesignacao-sexual-de-ms/
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