MPE denuncia haitianos presos depois de aplicarem \" golpe do dinheiro preto\"
Denise Soares
A 2ª Promotoria de Justiça de Porto Nacional encaminhou ao poder judiciário denúncia criminal contra dois haitianos presos, no último dia 30, acusados de tentarem aplicar, no Tocantins, golpe até então registrado em países da Europa e nos Estados Unidos, conhecido como “golpe do dólar preto” ou “golpe do dinheiro Preto”.
De acordo com o Promotor de Justiça André Ramos Varanda, autor da denúncia, os haitianos Timothy Cole Okusum, 34 anos; e Reginald Ifesinachi Edomobi, 23 anos, enganavam as vítimas contando a história de que estavam no Brasil ilegalmente, depois de terem vendido todos os bens no país de origem e de lá ter foragido, devido à situação política do país, portando todos os dólares obtidos com as vendas. Para que pudessem passar pela alfândega, os estelionatários diziam às vítimas que pintavam todo o dinheiro de preto para que não fosse identificado pelos aparelhos de raio-x.
Desenrolar do Golpe
O corretor de imóveis Antônio Carlos João; e o piloto de avião e pecuarista, Paulo César Gonçalves de Sousa, da cidade de Paraíso, foram as vítimas abordadas pelos os estelionatários. Segundo Antônio Carlos, os haitianos entraram em contato com ele por telefone, manifestando a intenção de comprar fazendas na região. Contaram a história falsa da fuga e declararam desejo de regularizar a situação no Brasil por meio do visto de permanência. Além disso, disseram possuir a quantia de US$ 2.000.000,00 (dois milhões de dólares) tingidos de preto, chegando, inclusive, a mostrar uma tira de papel preta que ao aplicar um determinado líquido se transformava numa cédula de US$ 100,00 (cem reais).
Convencido, o pecuarista Paulo Sérgio sobrevoou a região para que os mesmos pudessem escolher a propriedade rural. Feita a escolha e estabelecido o preço, os golpistas se dirigiram até o hotel onde estavam hospedados e novamente mostraram mais tiras de papel preto, as quais, após a aplicação do “produto químico especial” se transformavam em cédulas de dólares. Para que pudessem concluir o golpe, os haitianos relataram às vítimas que a quantia maior do dinheiro encontrava-se em um cofre armazenado em um navio atracado no porto de Santos – SP, sendo necessário adquirir também maior quantidade do “reagente químico especial”. Assim, exigiam das vítimas a importância de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) em dinheiro para a comprar do tal reagente em São Paulo. O golpe concluía-se ao receber a quantia.
Ao relatar o fato ao pai, que mora em São Paulo, o pecuarista Paulo Sérgio foi alertado de que se tratava de um golpe, já que reportagem sobre caso igual envolvendo nigerianos havia sido exibida por emissora de TV em São Paulo.
Prisão
Ao informar sobre o suposto golpe à Polícia Federal, as vítimas foram orientadas a simular uma viagem com os haitianos para que a transação fosse efetivada. A prisão aconteceu durante abordagem policial em trecho que liga Palmas à cidade de Porto Nacional.