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21/12/2016

Operação Hórus: MPE e Polícia Civil desarticulam uma das maiores quadrilhas de narcotráfico do Tocantins

Denise Soares



O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Civil desarticularam na manhã desta quarta-feira, 21, uma das maiores quadrilhas de narcotráfico que atua no Tocantins.


Cerca de 90 policiais civis foram envolvidos na operação “Hórus” para o cumprimento de 59 mandados judiciais, dentre eles 21 mandados de prisão preventiva, 19 mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão em Palmas e no Interior do estado, além de outras cidades de Goiás, Sergipe e Bahia. A operação foi denominada “Hórus” em referência ao termo da mitologia egípcia que representa a vitória do bem contra o mal, fazendo vencer a luz.


Os trabalhos de investigação conjunta começaram há um ano, após a prisão em flagrante do chefe da quadrilha Antônio Gomes Boaventura, na cidade de Paraíso, quando ele fazia uma entrega de droga. O titular da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) de Palmas, delegado Guilherme Rocha, afirmou que Antônio utilizava-se de sete apelidos (Meu Rei, Baiano, Toinho, Tio Logan, Véi, Coroa e Neném), de modo que os próprios núcleos de distribuição de drogas em Palmas e cidades circunvizinhas, não pudessem identificar que se tratava da mesma pessoa. Preso, o líder continuou articular a venda de drogas de dentro da Casa de Prisão Provisória de Palmas (CCPP). Estima-se que mensalmente, a organização comercializava mais de 300 quilos de maconha, 20 quilos de crack e 10 quilos de cocaína.



A droga distribuída no Tocantins vinha de Goiânia (GO) e era transportada, por meio de carros de passeios e ônibus interestaduais, até a cidade de Porto Nacional, cidade base da organização criminosa, onde o líder possuía uma casa e uma fazenda, usando a sede da última pra armazenamento da maior parte da droga em tonéis enterrados. O grupo contava com pelo menos 40 pessoas.


Por meio de operações pontuais no decorrer do ano e prisões de algumas pessoas, os investigadores puderam fazer conexões e ligações que os levaram até os membros da organização. “O grupo era bem organizado e cada um dos integrantes atuava em distintas partes na ação criminosa, tais como núcleo financeiro, núcleo de transporte, núcleo de segurança armada e núcleo de armazenamento e venda”, afirmou o delegado Guilherme Rocha. Muitos dos integrantes já possuem passagens pela polícia e estão presos, inclusive por assassinatos.


De acordo com o coordenador do Gaeco, Promotor de Justiça Marcelo Ulisses Sampaio, os trabalhos de investigação obtiveram sucesso, graças ao compartilhamento de informações entre o Ministério Público e a Polícia Civil. Para chegar até os envolvidos, foram analisados áudios interceptados, empreendidas diligências de campo, além da realização de pesquisa no banco de dados do laboratório de lavagem de dinheiro do MPE. “Essa parceria resultou em um duro golpe contra a organização criminosa e mostra a importância do trabalho articulado no combate à criminalidade”, afirmou o Marcelo Sampaio.


Além das prisões e apreensões de 268 quilos de maconha, 19,85 quilos de crack e 2,35 quilos de cocaína, os envolvidos tiveram bens sequestrados e bloqueados os ativos financeiros.