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30/11/2016

FOCCO leva debate sobre corrupção à Universidade


Daianne Fernandes


Como seria o Brasil sem a corrupção? Um vídeo sobre o tema produzido pelo canal youtube abriu a mesa redonda “Combate à Corrupção em foco”, realizada pelo Fórum de Combate à Corrupção no Tocantins (FOCCO/TO), nesta terça-feira, na Universidade Federal do Tocantins. O vídeo “Acredite ou não”, que mostra como poderia ser o Brasil se o dinheiro desviado por políticos fosse investido corretamente em saúde, transporte e educação, foi uma das provocações utilizadas pelas instituições participantes para instigar o debate.


Reflexões famosas e reportagens sobre como funciona o sistema político em países como a Suécia, onde os políticos não têm quase nenhuma regalia, também foram apresentadas, com o intuito delevar o público a refletir sobre qual é o papel da sociedade no combate a corrupção, por exemplo, com uma maior participação na fiscalização das contas e gastos públicos.


O Promotor de Justiça Vinícius de Oliveira e Silva, representante do Ministério Público Estadual (MPE) no debate, ressaltou que a transparência na administração pública é essencial para o combate à corrupção, lembrando a todos o quanto essa legislação é recente no Brasil, onde o hábito de prestar contas não existia na administração pública, destacando que nestes poucos anos, os portais de transparência, a lei de responsabilidade fiscal, entre outros instrumentos, têm se tornado para a sociedade uma ferramenta eficaz no combate ao erro e à fraude, na medida em que esta exige de seus gestores o cumprimento de metas e execução de orçamentos, ao mesmo tempo que avalia a gestão dos administradores públicos nos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia.


A mesa-redonda também contou com representantes da Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público Federal (MPF), Controladoria Estadual e Ministério Público de Contas, instituições que, junto com o MPE, compõem o FOCCO/TO. Na ocasião, os participantes tiveram a chance de detalhar um poucosobre como é o trabalho de cada um deles no combate à corrupção no país. “É a cooperação entre todas estas instituições aqui presentes que possibilita o sucesso de operações como as divulgadasna mídia recentemente”, destacou o delgado da PF, Helano Medeiros.


Uma suposta “cultura da corrupção” e a necessidade de combater atitudes antiéticas que costumam ser culturalmente aceitas e ter sua gravidade ignorada ou minimizada, também foram pontuadas no debate, entre outros temas.


Novos eventos sobre o tema devem ser realizados pelo Fórum em 2017. Segundo Vinícius de Oliveira e Silva, que é presidente do Fórum, o objetivo é levar o debate, cada vez mais, para perto da sociedade. “Queremos realizar este evento em outros espaços e estamos abertos a convites de outras instituições universitárias, comunitárias ou da sociedade civil organizada”, concluiu.