MPE participa de reunião do Fórum Perinatal da macrorregião Sul
João Lino Cavalcante
Aconteceu na manhã desta sexta-feira, 07, a primeira reunião do Fórum Perinatal da macrorregião Sul do Tocantins, depois da sua reativação. O Ministério Público Estadual (MPE) participou do evento, que foi realizado no auditório da Unitins, em Palmas, e contou com a participação de diversos órgãos ligados à Rede Cegonha, uma estratégia do Ministério da Saúde para garantir os direitos das mulheres à atenção humanizada durante a gravidez, ao parto e pós-parto, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
No evento foram discutidas a prevenção da transmissão vertical da sífilis, vinculação da gestante com a Unidade Básica de Saúde e a Maternidade, referencia e contra-referência da Unidade Básica de Saúde e Maternidade, além do Projeto Zero Morte Materna por Hemorragia pós-parto no Tocantins.
Os técnicos da Secretaria de Estado da Saúde - SESAU alertaram para o aumento no número de casos de Síflis no Tocantins nas gestantes e a falta de adesão de 100 Municípios ao cadastro para a realização de testes rápido da doença.
A síflis, quando não diagnosticada precocemente, pode se espalhar para áreas como cérebro, sistema nervoso, pele, ossos, articulações, olhos, artérias, fígado e até para o coração. Aproximadamente 15 a 30% das pessoas infectadas não tratadas desenvolvem o estágio terciário da doença. Isso pode causar cegueira, demência, paraplegia, perda dos dentes, rompimento da artéria aorta e deformidade facial, entre outros problemas. Caso ocorra em grávidas, a sífilis poderá causar aborto ou má formação do feto, chamada de sífilis congênita.
A Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery representou o Minsitério Público Estadual na reunião e solicitou a relação dos municípios que não se cadastraram para a realização dos testes rápidos de Síflis e o encaminhamento permanente dos dados das gestantes que não realizaram os exames obrigatórios, durante o pré-natal, de responsabilidade dos municípios.
“É lamentável que dos 19 municípios que integram a macrorregião sul apenas um enviou representante para este Fórum Perinatal. A desassistência das gestantes deve também ser tratada pela esfera criminal, no que se refere aos crimes de periclitação à vida, para tanto é necessário a interlocução dessas informações entre o Fórum Perinatal e o Ministério Público”, advertiu a Promotora de Justiça.
O Fórum
Com o objetivo de promover saúde e qualidade de vida à mulher e às crianças, o Fórum Perinatal da macrorregião Sul debate políticas públicas que atendam as demandas relacionadas a este público. O fórum foi reativado no mês de setembro e funciona como órgão deliberativo, com reuniões mensais.