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11/12/2014

Acordo garante tratamento de radioterapia a pacientes da rede pública

Junia Ferreira



Na tarde da última quarta-feira, 10, foi realizada no Fórum de Palmas, na 2ª Vara de Feitos da Fazenda, uma audiência de autocomposição, ou conciliação, para a busca de resolução da situação dos pacientes oncológicos da rede pública de saúde que se encontram sem acesso à radioterapia devido ao equipamento que realiza o procedimento estar avariado.


Motivou a audiência a Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Defensoria Pública Estadual (MPE), protocolada em 19 de novembro, em face ao Governo do Estado do Tocantins e à Secretaria Estadual da Saúde (Sesau).


Da audiência participaram o Juíz de Direito Agenor Alexandre da Silva, o Ministério Público, representado pela Promotora de Justiça Ceres Gonzaga de Rezende Caminha, o Defensor Público Arthur Luiz Pádua Marques, a Procuradora do Estado Agripina Moreira, o Secretário Estadual da Saúde e outros representantes da Sesau.


Ficou acertado que até que seja restabelecido o funcionamento do equipamento os pacientes com necessidade de fazer radioterapia serão atendidos em Goiânia, no Centro Brasileiro de Oncologia e Mastologia (Ceprom).


O Ceprom foi contratado para atender oitenta pacientes por mês. Neste caso, o Juiz autorizou a dispensa de licitação em função da urgência na resolução do problema, já que saúde é assunto prioritário.


O Estado se comprometeu também a arcar com todas as despesas com alimentação, estadia e deslocamentos dos pacientes encaminhados a Goiânia para tratamento. Na quarta-feira da próxima semana um grupo de pessoas já terá oportunizado o tratamento no Ceprom.


"A Sesau terá que prestar mensalmente contas ao MPE, Defensoria Pública e Judiciário comprovando o cumprimento deste acordo e, caso não cumpra, estará sujeita a uma multa de alto valor e seus representantes estarão incorrendo no crime de prevaricação", comenta a Promotora de Justiça Ceres Gonzaga.


"No caso da radioterapia em razão da emergência gerada com a quebra da máquina, o acordo foi muito proveitoso, já que em cinco dias úteis os pacientes retomarão os atendimentos. Por outro lado o Ministério da Saúde preconiza que devem haver três máquinas de radioterapia no Estado. Nesses termos, os próximos gestores devem estar vigilantes e atentos para instalação de mais duas máquinas com urgência", complementa o Defensor Público Arthur Marques.


Com a mudança de gestão que se aproxima o Ministério Público e a Defensoria Público já visualizam a possibilidade de requererem uma nova audiência de autocomposição para o início de 2015, visando a efetivação do acordo e o combate ao risco de descontinuidade no tratamento dos pacientes de oncologia.