Escola Vinícius de Moraes recebe palestra do projeto Conte até 10
Flávio Herculano
O projeto Conte até 10, que visa estimular as pessoas a refletir e a buscar o autocontrole antes que cometam atos de violência, continua chegando às escolas do Estado. Nesta terça-feira, 17, foi a vez de estudantes do 8º e 9º ano do ensino fundamental, da Escola de Tempo Integral Vinícius de Moraes, em Palmas, terem acesso aos fundamentos do projeto, em palestra ministrada pela Promotora de Justiça Beatriz Regina de Mello.
Em sua explanação, a Promotora de Justiça, que possui 19 anos de atuação na área da infância e juventude, enfatizou que os adolescentes possuem não apenas direitos, mas também deveres. Por isso, ao contrário do que muitos pensam, eles podem responder por seus atos, sujeitando-se a medidas que vão desde a advertência até a internação em estabelecimentos socioeducativos, passando também pela obrigação de reparar o dano, prestar serviços à comunidade e se submeter às medidas de liberdade assistida e de semiliberdade.
Para exemplificar essa possibilidade de responsabilização, Beatriz de Mello citou atos infracionais que podem vir a ser cometidos pelos estudantes dentro da própria escola, como as práticas de desacato, ameaça, lesão corporal, ofensa e discriminação.
Nesse sentido, a Promotora de Justiça aconselhou que os estudantes contem até dez antes de praticar esses e outros atos. "Pensem, façam o uso da razão", conclamou ela, ao citar também o consumo de drogas e os casos de gravidez na adolescência como problemas recorrentes nessa faixa etária e que devem ser alvo de igual reflexão.
Ao final, a professora Tatiana Martins elogiou a iniciativa do Ministério Público Estadual (MPE) de promover a palestra. "É importante que estudantes vejam que a Justiça não é algo distante deles. Sabendo que têm também obrigações, eles devem refletir e repensar seu comportamento", disse.
Projeto
O projeto Conte até 10 é uma iniciativa do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), desenvolvida em parceria com a Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp). O alvo são os crimes que acontecem em função da banalização da violência, da falta de tolerância, da ação impensada no momento da raiva. Daí a proposta de contar até dez e manter o controle.