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Estudantes tocantinenses conhecem projeto \"Conte até 10\"

Atualizado em 10/09/2013 16:04

João Lino Cavalcante


"É comum vermos discussões por coisas simples. Brincadeiras de mau gosto, que acabam gerando brigas maiores", conta Wislane Lima, de 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Maria dos Reis, localizada no setor Taquari, bairro periférico de Palmas, capital tocantinense. Ela e outras dezenas de jovens entre 14 e 18 anos participaram da palestra sobre o projeto "Conte até 10 nas Escolas", ministrada pela Promotora de Justiça da Infância e Juventude Beatriz Regina Lima de Mello, nesta terça-feira, 10.


O projeto, uma iniciativa do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em parceria com a Enasp, Conselho Nacional de Justiça e Ministério da Justiça, tem como objetivo combater o elevado índice de violência e homicídios cometidos por impulso. Segundo a promotora, o papel do MPE é esclarecer os jovens sobre seus direitos e deveres. "O Conte até 10 é um chamamento à comunidade a pensar duas vezes antes de agir impulsivamente, antes de agredir o próximo", conta Beatriz.


Durante a palestra, Gabriel, de 15 anos, ficou surpreso com as responsabilidades que ele já tem. "Não sabia que adolescentes poderiam ficar presos, longe da família e dos amigos. Todos temos deveres, assim como adultos", destacou o jovem que se surpreendeu com as informações sobre Direito da Infância e da Juventude, atos infracionais, medidas socioeducativas e sexualidade.


Durante o encontro, uma cartilha com roteiro de aulas e sugestões de atividades pedagógicas do projeto "Conte até 10" foi entregue à escola. O material traz diversas sugestões de abordagem pedagógica do tema. Foram desenvolvidos roteiros de aula com sugestões aos professores de escolas de Ensino Médio sobre formas de tratar a questão da violência nas salas de aula.


"Acredito que é muito importante este contato do Ministério Público com os alunos. Somos uma comunidade carente, onde a maioria dos pais não tem informação. Queremos promover uma mudança no comportamento, com mais respeito ao próximo e a si mesmo. Aqui não faltam adolescentes mães solteiras, o que compromete o desenvolvimento escolar destas jovens", disse a professora Ana Lúcia.


O Ministério Público do Tocantins continuará atendendo às solicitações das escolas públicas tocantinenses, levando palestras e distribuindo material pedagógico para o desenvolvimento do projeto em todo o território estadual.