Gaeco investiga envolvimento de policiais militares em grupo de extermínio
Denise Soares
A força-tarefa formada por Promotores de Justiça de Gurupi, Promotores integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), delegados e policiais civis para investigar o assassinato de seis jovens em Gurupi resultou, nesta terça-feira 27, na prisão de seis policiais militares suspeitos de fazerem parte de um grupo de extermínio na cidade.
Após serem cumpridos os mandados de prisão, os acusados foram levados para a Promotoria de Justiça de Gurupi, onde prestaram depoimentos e foram encaminhados para Palmas, ficando detidos no Quartel do Comando-Geral. De acordo com o Gaeco, durante alguns meses de intensos trabalhos, a equipe analisou uma série de indícios que podem incriminar os policiais e expediu pareceres à Justiça. ¿Diante dos fatos, achamos por bem requerer à Justiça a prisão deles, principalmente para não atrapalhar a continuidade das investigações, pois algumas testemunhas se sentiam ameaçadas¿.
Os nomes dos envolvidos não podem ser divulgados porque o caso, até o momento, corre em segredo de Justiça. Durante o cumprimento dos mandados de prisão, a Polícia Civil recolheu também armas e computadores em poder dos acusados para perícia. Nesta quarta-feira, 28, os corpos das três últimas vítimas foram exumados para a realização de exames e coleta de provas, visando, por exemplo, identificar o calibre da arma usada no crime.
O próximo passo será aguardar os resultados das perícias requisitadas para que finalmente o inquérito policial seja concluído. Só após essa fase o MPE poderá oferecer denúncia.
Entenda o caso
A morte de seis jovens no mês de setembro, assassinados com características semelhantes, levantou a forte suspeita da existência da existência de um grupo de extermínio em Gurupi. Os indícios de autoria dos crimes recaíram sobre os policiais, após o depoimento de familiares das vítimas e de algumas testemunhas.