A pedido do MPE, Justiça interdita ala feminina da CPP em Paraíso
Luciana Duailibe
Atendendo ao pedido do Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Promotor de Justiça Glaydon José de Freitas, a Justiça determinou nesta quarta-feira, 7, a interdição da ala feminina da Casa de Prisão Provisória de Paraíso (CPPP).
De acordo com o Promotor de Justiça, a situação em que as presas se encontravam é de profundo abandono e descaso do poder público. Faltava atendimento médico, exames pré-natal para as jovens gestantes, as celas não dispunham de ventilação, os precários colchonetes encontrados estavam úmidos e mofados, dentre inúmeros outros problemas.
No local, presas provisórias e condenadas dividiam a mesma cela, o que contraria o princípio da individualização. E o que é mais grave: em uma das celas da ala feminina estava recolhido um jovem paraplégico, que convivia em condições subumanas, assim como as mulheres ali presentes.
Com a interdição, as seis detentas e o cadeirante foram liberados na manhã desta quinta-feira e deverão cumprir pena em regime domiciliar. Diante da impossibilidade de uma solução imediata, o pedido de interdição feito pelo MPE visa cessar a violação dos direitos humanos mais elementares, ressalta o Promotor de Justiça Glaydon José de Freitas.
Problema antigo
A situação de precariedade e descaso da CPPP não é novidade. No mês passado, diante de indícios de maus-tratos dos presos praticados por agentes da Unidade, o MPE e a Defensoria Pública conseguiram na Justiça o afastamento do diretor e de mais oito agentes carcerários, que além de maus-tratos, praticavam abuso de poder. Com capacidade para 36 detentos, a Casa de Prisão Provisória de Paraíso abriga, atualmente, 93 presos. A Promotoria de Justiça juntamente com o Gecep, Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial, já requereu a interdição da ala masculina, para que esta se regularize também.