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Debates sobre agroecologia encerram programação do 1º encontro do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos

Atualizado em 22/06/2017 00:00

João Lino Cavalcante


Dois painéis temáticos marcaram o encerramento da programação do 1º Encontro Estadual do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, realizado nesta quarta-feira, 21, na sede do Ministério Público Estadual, em Palmas. No período da tarde, os debates concentraram-se nos impactos dos agrotóxicos na saúde humana, a importância da agricultura orgânica e a produção de commodities sem o uso de agrotóxicos.


O bioquímico e mestre em saúde coletiva pela Universidade Federal do Mato Grosso, professor Jackson Barbosa, proferiu palestra sobre o desenvolvimento agrícola brasileiro sustentado no uso de agrotóxicos e os impactos na saúde humana. Barbosa citou uma série de doenças humanas desenvolvidas pelo consumo de agrotóxicos presentes nos alimentos e ainda fez duras críticas sobre como os meios de comunicação fortalecem a visão romântica sobre o agronegócio. “Agronegócio não produz alimento para o Brasil. Produz recursos para exportação. O agronegócio é uma estratégia de morte de todas as formas de vida existentes”.


Na sequência, a engenheira de alimentos Crislane Maria da Silva Bastos fez uma análise sobre os resíduos de agrotóxicos presentes em alimentos comercializados no Tocantins e a atuação da vigilância sanitária. “Os estudos provaram que 16% das amostras coletadas entre os anos de 2013 e 2015 foram consideradas insatisfatórias para consumo. No caso da alface, por exemplo, mais de 40% da produção analisada possuía índices de agrotóxicos acima do limite permitido”. A principal irregularidade encontrada foi a utilização de agrotóxicos não autorizados.


Já no painel temático sobre agroecologia, o professor doutor Paulo Marçal, da Universidade Federal de Goiás, abordou sua experiência com manejo integrado de pragas em cana-de-açúcar, tomate, pastagens e pragas de solo. Há 12 anos Marçal atua como produtor orgânico, valorizando um processo de produção seguro, alimentos com valor nutricional, qualidade sensorial e isento de contaminações. “A agricultura orgânica é real e possui delimitação legal”.


O professor doutor Paulo Henrique Tschoeke, da Universidade Federal do Tocantins, abordou pesquisas sobre produção sustentável de plantas tropicais e serviços ecossistêmicos, com ênfase em polinização e no impacto de pesticidas sobre polinizadores.


Encerrando as palestras, o engenheiro agrônomo Antônio Humberto Simão, auditor fiscal do Ministério da Agricultura, falou sobre os mecanismos de controle para a garantia da qualidade orgânica.


O coordenador do Fórum Tocantinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Procurador de Justiça José Maria da Silva Júnior, destacou a importância do evento para o amadurecimento dos debates no Estado do Tocantins. Ele também apresentou uma carta aberta às autoridades e à sociedade, com os principais pontos abordados no encontro e com proposições para investimentos em pesquisas, redução do uso de agrotóxicos, incentivo à produção orgânica e aumento da capacidade técnica e financeira dos órgãos de controle e das instituições de atendimento em saúde.


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