Produtores procuram MPE para tratar de Ação contra captação irregular no rio Formoso
Daianne Fernandes
Produtores da região da bacia do rio Formoso estiveram na sede do Ministério Público Estadual (MPE), em Palmas, onde participaram de uma reunião com o Promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior, autor de duas ações cautelares que visam interromper o uso irregular da bacia do Rio Formoso para atividades agrícolas no município de Lagoa da Confusão.
Os produtores queriam mais detalhes sobre o relatório da vistoria que embasou a Ação e que relaciona o represamento das águas para fins agrícolas à baixa no volume do Rio Formoso. Eles solicitaram a participação da equipe técnica na audiência que será realizada no próximo dia 31, no município de Lagoa da Confusão, para debater o tema.
O Promotor ressaltou que o objetivo das Ações é preservar a bacia e se colocou à disposição para que avaliem o que foi exposto no relatório ou apresentem outros estudos técnicos que comprovem que a atividade agrícola que tem impactado ou não a capacidade hídrica do rio.
Ações
A primeira ação cautelar foi proposta contra o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e contra a Associação de Produtores Rurais de Lagoa da Confusão. Nela, o MPE requereu que sejam anuladas ou suspensas as licenças emitidas em nome da Associação para o represamento de água e para a construção de barragens elevatórias; que seja determinada a demolição das barragens construídas em desacordo com as leis ambientais; e que seja imposta a abertura das barragens visando dar vazão à água represada. Também pede-se que os produtores rurais sejam condenados a pagar indenização pelos possíveis danos causados ao meio ambiente.
A segunda ação cautelar foi interposta contra o proprietário de uma fazenda localizada também em Lagoa da Confusão. Segundo vistoria técnica realizada este mês, uma bomba hidráulica continua realizando captação de água do Rio Formoso, desobedecendo à Portaria nº 300 do Naturatins, de 11 de agosto, que suspendeu todas as outorgas para a captação de água durante o período de estiagem.
As vistorias técnicas que embasaram as duas ações judiciais foram realizadas pelo Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma), órgão auxiliar do Ministério Público Estadual (MPE).