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06/03/2017

Trump propõe separar filho de mãe na fronteira

POR JULIA EDWARDS AINSLEY


Presidente quer impedir que pais que tentem atravessar ilegalmente sejam soltos depressa


WASHINGTON — O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DSI) está estudando a proposta de separar as mães e os filhos que atravessarem ilegalmente a fronteira com os Estados Unidos. A mudança permitiria ao governo manter os pais presos durante o processo de deportação, enquanto as crianças ficariam sob custódia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (DHS), numa condição “menos restritiva” possível até que possam ser colocadas aos cuidados de um parente nos Estados Unidos ou de um tutor indicado pelo Estado.


Atualmente, famílias de imigrantes contestando a deportação ou pedindo asilo geralmente são soltas rapidamente e têm permissão para ficar nos Estados Unidos até que seus casos sejam resolvidos. Isso acontece principalmente porque uma decisão do tribunal federal impede a detenção prolongada de menores.


O presidente americano, Donald Trump, já pediu o fim desta política, que chamou de “prende e solta”. Funcionários do governo, no entanto, disseram que ainda não há decisão tomada. A Casa Branca também não comentou a proposta.


Em um comunicado à agência Reuters, o DHS disse que a viagem é perigosa, e em muitos casos as crianças — trazidas por pais, outros familares e contrabandistas — são exploradas, abusadas e até podem perder a vida.


Mas Henry Cuellar, deputado democrata no Texas, rebateu a proposta em um comunicado:


— É quando deixamos a segurança de fronteira e entramos na violação de direitos humanos. Separar mulheres de seus filhos é errado. Ponto final.




DETENÇÕES AUMENTARAM

Cerca de 54 mil crianças e seus tutores foram detidos entre 1º de outubro de 2016 e 31 de janeiro deste ano — é mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.


No Congresso, deputados republicanos têm argumentado que as mulheres imigrantes estão dispostas a arriscar a viagem com seus filhos porque têm a certeza de que serão soltas rapidamente e suas audiências levarão anos para acontecer.


A diretora executiva do Centro Nacional de Imigração, Marielena Hincapie, disse que o governo terá que estar disposto a enfrentar desafios legais, se decidir impor a política de separação.



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